sexta-feira, 25 de abril de 2008

O "homem" por trá do Führer

HÁ ALGUNS DIAS, na casa de duas estimadas amigas, assistimos a um filme que fazia referências à Segunda Guerra. Surgiu uma pequena conversa acerca da personalidade de Hitler, o principal personagem deste conflito que chegou a matar 50 ou 60 milhões de pessoas. O que estaria por trás do caráter desta figura tão vil? Quais teorias explicam o seu obstinado anti-semitismo? Sei apenas que o tema possivelmente nunca será devidamente explicado, e que encontrei algumas hipóteses interessantes, que até então desconhecia. Alerta importante: este artigo não procura apontar motivos ou razões para as ações diabólicas de Adof Hitler. Aprendamos com o seu grande erro.

ORIGENS: Alguns dizem que ele próprio tinha sangue judeu, uma vez que sua avó trabalhava para uma família judia. Ela teria ficado grávida do filho mais novo dos patrões, que lhe deram uma pensão até que a criança completasse 14 anos. O certo é que ele não nasceu na Alemanha, mas na Áustria, e em 1938 ordenou a destruição da aldeia de onde proviam seus pais e avós. Anos antes ele havia dito a alguns inimigos políticos: "vocês não podem saber de onde e de que família eu venho".

FRUSTRAÇÕES: Seu fraco desempenho escolar o fez abandonar aos 16 anos o colegial, indo então à capital Viena tentar entrar para a Academia de Artes Gráficas, mas foi rejeitado (há relatos de que haviam judeus no setor artístico desta escola). Sem emprego fixo, passou vender quadros de paisagens de Viena, o que lhe permitiu alugar um apartamento (saindo então do asilo para mendigos aonde esteve hospedado). Contam que ele pegou sífilis de uma prostituta judia nesse período. Sua mãe morreu de câncer quando ele tinha 18 anos e talvez Hitler tivesse atribuído a culpa ao médico judeu da família.

SEXUALIDADE: Acusações recentes afirmam que Hitler era homossexual e circulava pontos de encontros gays em Viena. Teria sido visto na Primeira Guerra Mundal fazendo amor com um companheiro nas trincheiras (ele era mensageiro do exército alemão e nunca foi promovido). Teria se envolvido, contudo, com sua sobrinha Geli Raubal, que era forçada a fazer uma série de perversões que envolvia fezes e sadomasoquismo. Ela cometera suicídio durante uma viagem de Hitler, mas há quem atribua sua morte ao tio, pois ela havia encontrado uma amante judeu.

OUTRAS CURIOSIDADES: Sofria de fotofobia e mal de Parkinson; era vegetariano; não bebia café ou bebidas alcoólicas; era canhoto (ou ambidestro); aficcionado em arquitetura; aspirante a pintor; inteligente e mal humorado na infância; e talvez fosse monorquídico (um só testículo).

O IMPRESSIONANTE FOI a sua incrível ascensão, partindo de um jovem frustrado e chegando à presidência de uma Alemanha arrasada e humilhada após a primeira guerra. Mas como conseguiu o apoio de toda uma nação inteira para realizar os seus sórdidos ideais? Ora Hitler era dono de uma temível eloquência. Seus discursos mais pareciam uma conversão religiosa, levando alguns ouvintes até mesmo às lágrimas. E uma gigantesca campanha publicitária também ajudou na promoção deste monstro. Confira a seguir um exemplo da magnitude de seus discursos neste vídeo legendado (para saber mais, leia a excelente matéria de capa da Superinteressante publicada em novembro de 2003 ou o artigo da maior enciclopedia digital, a Wikipédia):

sábado, 19 de abril de 2008

Top 10: As imagens mais famosas do mundo

ALGUMAS IMAGENS tornam-se históricas. Ajudam a gravar momentos, deixar o autor ou um personagem famoso, revelar momentos incomuns, imortalizar heróis, exaltar uma nação e provocar orgulho ou espanto. A lista a seguir numera as dez maiores fotografias de todos os tempos. Estão presentes importantes momentos e ausentes mais uma dezena de registros não menos importantes, que podem ser conferidos no site World's Famous Photos ou no livro 100 Photographs that Changed the World. É como dizem, uma imagem vale mais que mil palavras. Então vamos a elas (clique para visualizá-las ampliadas):

01 GUERRILHEIRO HERORICO
Esta é, simplesmente, a imagem mais reproduzida de toda a história da humanidade, conhecida como "Guerrilheiro Heróico". Foi fotografada por Alberto Korda em 05/03/1960 e permanece até hoje como um símbolo de rebeldia.
02 ALBERT EINSTEIN
"- Um sorriso para vosso aniversário, professor". Este foi o pedido que Artur Sasse fez a Einstein para tirar uma foto no dia em que estava completanddo 72 anos (14/03/1951). O resultado você já sabe: tornou-se um ícone mundial.


03 ALÇANDO A BANDEIRA EM IWO JIMA
A fama desta imagem, tirada em 23/02/1945 por Joe Rosenthal durante a Segunda Guerra Mundial, fez com que o autor ganhasse o prêmio pulitzer de fotografia. A cena mostra cinco marinheiros e um médico erguendo uma bandeira dos EUA no alto de um morro.
04 HOMEM DO TANQUE OU REBELDE DESCONHECIDO
Esta cena de um jovem desconhecido que enfrenta sozinho uma fila de 59 tanques chineses durante o Protesto na Praça da Paz Celestial em 05/06/1989 foi fotografada por Jeff Winderner e saiu capa de inúmeros jornais.

05 ESPREITANDO A MORTE
O autor Kevin Carter ganhou o cobiçado Pulitzer de fotografia ao registrar o sofrimento de uma menina sudanesa se esforçando para chegar ao centro de alimentação, enquanto um abutre a espreitava. Foi publicada em 23/03/1993 pelo New York Times, e Carter se suicidou um ano depois.
06 INCÊNDIO DO HINDENBURG
O incêndio do gigantesco dirigível LZ 129 Hindenburg (na época, o maior do mundo) em 06/05/1937 matou 36 pessoas e acabou com a era dos dirigíveis na aviação comercial de passageiros. A imagem apresentada foi fotografada por Sam Shere.


07 NAPALM GIRL
Esta certamente é a imagem mais marcante da Guerra do Vietnã. A menina Phan Thi Kim Phúc teve as roupas consumidas pelas chamas após um bombardeio, registrado por Huynh Cong Ut (conhecido como Nick Ut) em 08/06/1972. Atualmente Kim Phúc é embaixadora da UNESCO.
08 REICHSTAG
Esta foto de Yevgeny Khaldei (02/05/1945) mostra os soldados da antiga União Soviética colocando uma bandeira (que na verdade era um pano de mesa vermelho) sobre o telhado do Reichstag na devastada Berlim. Foi modificada também para ocultar os 2 relógios que o soldado carregava num único punho (provável furto).


09 ABBEY ROAD
A capa desde disco dos Beatles deixou famosa a rua do histórico estúdio Abbey Road. A cena mostra os quatro rapazes de Liverpool atravessando a avenida numa faixa de pedestres. Foi fotografada por Iain MacMillan em 08/08/1969 e copiada por muitos outros.
10 SURGEON'S PHOTO
Nessie, ou O Monstro do Lago Ness, é uma criatura que possivelmente viveria num grande lago da Escócia. O primeiro registro vem do século VI. Marmaduke Wetherell, em 1994, confessou ter falsificado esta foto que data de 19/04/1934. Foi primeiramente atribuída ao cirurgião Dr.R.K. Wilson, o que daria mais credibillidade ao registro.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Memórias de Minhas Putas Tristes

FOI COM UMA GRANDE satisfação que comprei numa loja de livros usados uma edição de Memórias de Minhas Putas Tristes (2004). O exemplar estava novíssimo e possivelmente tivera antes de mim apenas um dono. Nenhuma orelha, arranhão na capa ou risco de lápis ou caneta. Há alguns dias antes havia começado a leitura de Cem Anos de Solidão (1967), romance mais famoso deste mesmo autor chamado Gabriel García Marquez, vencedor do Nobel de Literatura de 1982. Interrompi imediatamente a leitura de Cem Anos... para devorar minha mais nova aquisição.


A OBRA É DIVIDIDA EM cinco pequenos capítulos com um total de 130 páginas apresentadas em letras grandes. Comparado ao outro livro citado, este mais parecia um conto. E é bom que assim mesmo seja, porque a história não é algo que merecesse ser estendida. Para ser direto, Memórias de Minhas Putas Tristes é uma narrativa em primeira pessoa da vida de um jornalista de noventa anos que, para comemorar sua maravilhosa idade, resolve presentear-se com uma noite de amor com uma menina virgem. Ele, no entanto, acaba-se apaixonando pela jovenzinha que o recebera dormindo na cama do bordel. Sim, é mais um romance no estilo “ancião e ninfeta”.
A INTENÇÃO DO LIVRO é mostrar que nunca é tarde para ser feliz, focando-se no primeiro amor do velhusco, chegado somente no fim de sua pobre vida deprimente. O ponto alto da obra é justamente esta auto-reflexão que o personagem faz sobre sua jornada que só agora encontra algum sentido:

“A casa renascia de suas cinzas e eu navegava no amor de Degaldina com uma intensidade e uma felicidade que jamais conheci em minha vida anterior. Graças a ela enfrentei pela primeira vez meu ser natural enquanto transcorriam meus noventa anos. Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. (...) Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco.”

A NATURALIDADE COM que o autor expõe o tema chega a incomodar o leitor que não procurava certa obscenidade no romance, como no trecho que tratei de transcrever:

“Olhou-me nos olhos, mediu minha reação ao que acabava de me contar, e disse: Então, vá correndo procurar esta pobre criatura mesmo que seja verdade o que dizem os seus ciúmes, não importa, o que você viveu ninguém rouba. Mas, isso sim, sem romanticismos de avô. Acorde a menina, fode ela até pelas orelhas com essa pica de burro com que o diabo premiou você pela sua covardia e mesquinhez. De verdade, terminou ela com a alma: não vá morrer sem experimentar a maravilha de trepar com amor.”

MINHA IMPRESSÃO FINAL é esta: entre altos e baixos, Márquez consegue ser apenas bom, sem arrancar maiores elogios. Não é um livro que eu reiniciaria a leitura, e possivelmente venderia de volta à loja de onde comprei, devolvendo-o sem nenhum rabisco, que geralmente costumo fazer circulando ou marcando os trechos que mais me fascinam.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Um Espirro


TRANQUEI-ME NO QUARTO escuro em busca de novas perguntas e da mesma coragem inimiga de sempre, à espera de alguém com uma mão estendida e um abraço sincero guardado de presente. Quando se está em busca de auto compreensão é necessário assumir que há algo de errado contigo. Deprimir-se para poder escrever é como drogar-se para fazer arte, ou uma forma de mentir para si mesmo. Toda forma de arte deveria ser gratuita. Do contrário, mais parece uma prostituição. Logo, a maioria dos artistas são infames meretrizes. Quando relemos antes de concluir um trabalho é porque há insegurança nas palavras, e quando escrevemos prá nós mesmos produzimos o que melhor conseguimos compor. No entanto, há inúmeros exemplos de obras primas escritas para qualquer outro alguém − na maioria das vezes, uma musa capaz de provocar o amor. Na verdade nunca amei corretamente nem ouvi nenhuma declaração amorosa. Meus verdadeiros amigos eu consigo contar nos dedos de talvez uma única mão apenas. E que seja a mão esquerda, que é mais próxima ao coração, que é órgão figurado do sentimento. Enfim, não sei o propósito destas linhas confusas e miscigenadas. Talvez um desabafo idiota. Este texto é apenas um espirro. É um desejo de liberdade. É um comichão inconsciente. É uma carta de amor inusitada. Ah, se você pudesse entrar em minha mente. Então encontraria apenas espelhos com seu reflexo gravado neles.