tag:blogger.com,1999:blog-72861962201686454422024-03-13T07:55:26.043-07:00KozmicSoldierGiuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.comBlogger63125tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-76624488227696457552011-07-17T13:26:00.000-07:002011-07-17T13:27:23.343-07:00Um soldado perdido<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_fqDw8j4X0M/TiNFUyG0clI/AAAAAAAABQ8/RwHjslzk1UY/s1600/Soldado+perdido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="100" src="http://2.bp.blogspot.com/-_fqDw8j4X0M/TiNFUyG0clI/AAAAAAAABQ8/RwHjslzk1UY/s640/Soldado+perdido.jpg" width="583" /></a></div><b>O SOLDADO DEIXOU</b> sua guarda. Olhou para si e não se reconheceu. Levantou-se e se colocou a caminhar em direção àquela estrada de terra abandonada. A manhã de céu nublado ensaiava engendrar os primeiros raios de sol. Ele parecia cansado e mal caminhava direito. Ao caminhar suas botas arranhavam o chão cheio de pedras e não produzia pegadas, mas rastros disformes. Carregava um grande peso nas costas, talvez toda a sua vida desviada e perdida. A arma escorregou pelos seus braços e o encontro com o chão pareceu mais um lento pouso que uma queda. Seu caminhar arrastado continuava e agora se olhasse para trás já não conseguiria mais ver o seu posto. Suas mãos agora vazias tocaram o seu duro capacete, que foi lentamente retirado sem esforço. O soldado o jogou fora e o seu barulho ao bater numa rocha serviu de ordem para que o homem fechasse seus olhos. Sem destino. Sem motivação. Sem sentido. Caminhando na escuridão daquele dia cinzento ele afastou as mãos uma da outra o máximo que conseguiu, e quem o visse de longe poderia pensar que desejava abraçar o mundo inteiro só com um movimento. Ergueu a sua cabeça antes abaixada e deixou a brisa tocar a sua face inexpressiva. Após três passos seu equilíbrio teve fim e caiu numa pequena ladeira que ia de encontro a um rio estreito e de águas escuras. Não havia vida ali. Não havia vida em lugar nenhum. O soldado ficou caído e imóvel próximo à margem e aos poucos foi voltando à realidade sentindo que seus pés estavam úmidos. Abriu os olhos mirando as pernas e percebeu que suas botas tocavam a água, e num movimento rápido ficou descalço. Adentrou no rio como se quisesse atravessá-lo e caminhou em direção à outra margem. A água atingiu seus joelhos e depois suas mãos, chegando logo à altura da cintura. Seu caminhar sem destino se encerrou num estante e sentiu o rosto úmido, mas não de água. Uma lágrima atravessou sua bochecha e se escondeu em sua barba. E o soldado desconhecido aceitou a sua solidão deitando-se nas águas do rio parado como se ali fosse o seu leito. Ele sentiu que já não sabia mais sentir.Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-28944960514320405952011-07-12T18:09:00.000-07:002011-07-12T18:09:40.470-07:00ColeçãoSinto saudade do que jamais vivi<br />
Alimento desejos irrealizáveis<br />
Conquisto minúcias desnecessárias<br />
Espero tudo o que jamais chegará<br />
<br />
Reconheço uma confusão frustrante<br />
Com espaço para inconseqüência<br />
Planejo castelos sem estrutura<br />
Derrubáveis com simples suspiros<br />
<br />
Momentos que se perdem no tempo<br />
Sonhos que se misturam a lembranças<br />
Imagens que se dissolvem na memória<br />
Eu coleciono amores platônicosGiuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-38636743611357561282011-07-03T19:54:00.000-07:002011-08-25T18:15:53.434-07:00Complexa simplicidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" height="100" src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/KozmicSoldier/Estratagema.jpg" width="583" /></div><br />
<b>LEMBRO QUE UMA</b> vez mostrei a alguém algo que havia escrito em um de meus cadernos velhos. Poemas, contos ou fragmentos de um livro que se perdeu em sua própria história. O texto estava carregado, obscuro e cheio de elementos a serem decifrados e que davam múltiplas interpretações. Comentei que havia muitos outros como aquele, mas de uma simplicidade que lembrava os primeiros estímulos à escrita: as paixões. E meu leitor respondeu: “mas estes são os melhores”.<br />
<br />
<b>É VERDADE QUE</b> os primeiros escritos de jovens com corações em chamas são intensos, simples e diretos. Desabafos para ninguém. Versos tão simples que chegam a ser íntimos, mas de uma sinceridade tamanha. E realmente é isto o que vale a pena. À medida que vamos evoluindo passamos e esconder nossas palavras em pensamentos disfarçados e frases sem sentido, usando termos difíceis a fim de parecer que somos mais um pouco sábios. Estamos na verdade buscando alguém que nos compreenda, mas preparamos um ardil tão difícil que nossa sina é terminar do mesmo modo de como começamos.<br />
<br />
<b>HÁ ALGUNS DIAS</b> percebi que consegui escrever algo que me lembrou estes momentos, contendo rimas básicas e tudo. No entanto, não quis apagar como fiz com aos outros:<br />
<br />
<i>Ainda que tudo aquilo fosse um sonho bom; Minha lembrança não me deixaria mentir; Assim posso guardar tudo num lugar mágico; Não havendo perigo de nada se extinguir; De uma coisa eu sei, jamais vou esquecer; A intensidade marca mais que o tempo de acontecer</i>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-59137499324056101942011-06-12T19:25:00.000-07:002011-07-01T19:35:53.860-07:00Valentine<b>ESTA, NÃO É</b> uma postagem concluída. Ensaiei um retorno ao ser surpreendido por um sentimento frustrado, mas o cansaço foi maior que o meu desejo de continuar. Certamente não concluirei a ideia, uma vez que perdi a linha de raciocínio, e por isso deixo aqui o que sem sucesso iniciei:<br />
<br />
<b>“NÃO, A TRISTEZA</b> não atrai as pessoas. É irremediavelmente uma verdade. A gente se entristece por sentir-se sozinho e enquanto infelizes jamais conseguiremos nos remediar. Um fado complicado, mas bastante comum. Refugiamo-nos em distrações em busca de autoconfiança ou até mesmo tentando esquecer a nossa condição, forjando uma felicidade hipócrita a fim de ocultar dos outros nossa insatisfação. Mas uma hora ou outra o destino nos acertará a face despertando-nos para a dura realidade (...)”. <br />
<br />
<b>COM ISSO FUI</b> dormir. E o blog deu um suspiro de vida.Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-55396706449602200492010-06-28T16:19:00.000-07:002010-06-28T16:28:56.483-07:00Celebração à Solidão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" height="100" src="http://3.bp.blogspot.com/_HWrPxcpf_YQ/TCktr7wUkqI/AAAAAAAAATw/5rabwQJAI08/s640/Cortina.gif" width="583" /></div>Desarme-se<br />
Você está livre agora <br />
Eu voltarei à minha posição observadora e introspectiva<br />
E então poderá novamente se reservar<br />
Solitária<br />
Ao lado de sua amiga solitária<br />
Todos juntos em uma solidão coletiva<br />
Assim nos sentimos bem<br />
Enquanto nos sentimos sóis<br />
Seu braço pode se posicionar diferente<br />
E suas mãos abertas com os dedos a mirar-me<br />
Em movimentos digitais ebrefechantes<br />
Mas nosso fingimento nos permanece<br />
Nosso egoísmo nos compreende<br />
Nossa solidão nos basta<br />
É que não queremos perder a graça de esperar<br />
Para depois pensar em desembarcar<br />
Vamos ficar assim, então<br />
Juntos enquanto distantesGiuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-7553419662210598942010-03-31T22:05:00.000-07:002010-03-31T22:07:45.418-07:00Encontro com o Passado<div style="text-align: left;"><img align="middle" src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Quarto.gif" /></div><br />
<b>OUTRO DIA ENTREI EM</b> meu antigo quarto a fim de preencher um imenso vazio. Ele parece um depósito de lembranças adormecidas que se misturam entre cadernos, imagens e demais objetos até então temporariamente perdidos e esquecidos. A poeira, como um agente do tempo, coloca rugas e enferma meus objetos do passado me avisando que um dia tudo aquilo não me fará mais sentido. E se eu esquecesse tudo o que vivi? Um homem viveria o futuro sem o passado? Eu vi cartas e desenhos. Contos e problemas. Coleções absurdas e lembranças de alguns momentos. Um papel dobrado com anotações e uma lista sem sentido. Nomes que não conheço e comerciais obsoletos. Acessórios de um tempo diferente e obsessões hoje sem importância. Encontro escritos datados e planos extraordinários de coisas que nunca cheguei a concluir. Vestes sem uso. Um modelo do que eu deveria me tornar.<br />
<br />
<b>EM MEIO A TODO ESTE</b> depósito de lembranças eu vasculho e seleciono o que ainda faz sentido e descarto estratagemas que não mais levarei em diante. E mergulhado nesta piscina melancólica eu traduzo obras que há tempos ninguém lia. Sou eu lendo para mim mesmo um livro que só hoje consigo entender. Meu passado me mostra o caminho a seguir e não me faz esquecer como devo me portar. E por detrás de um pano eu vejo algo em movimento. Foco melhor e reconheço um espelho com o meu reflexo. De tanto vasculhar o meu passado reconheço que o que eu estava tentando encontrar era a mim mesmo. E no plano inverso, no lado oposto a este tempo, um ser ingênuo faz projeções confusas buscando descobrir o que acontecerá consigo quando avançar anos no relógio. Seu quarto, no entanto, ainda não tem poeira alguma.<br />
<br />
<b> </b>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-42180889375668015142009-11-08T12:36:00.000-08:002009-11-08T13:12:33.679-08:00A Volta ao Mundo...<p></p><div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Volta.gif" align="middle" /><p></p><span style="font-weight: bold;">SOMENTE APÓS TER LIDO </span>mais da metade d'A Volta Ao Mundo Em 80 Dias eu fui me perguntar se o protagonista do romance, Phileas Fogg, realmente conseguiria cumprir sua aposta - que é resumida através do título desta obra de Julio Verne. É que o livro se torna extrememente mais interessante quando se caminha para o fim, sendo impossível deixar os capítulos posteriores para o dia seguinte (é como aqueles filmes interessantes que torcemos para não acabar logo). A narrativa simples e direta impressiona pela precisão com que o autor montou a sua história e pelos inúmeros impecílios que colocou no meio do trajeto a fim de retardar o avanço de Fogg até o seu destino sem que para isso precisasse recorrer a elementos fantásticos e irreais: Verne parecia conhecer verdadeiramente o caminho percorrido pelo seu personagem ao redor do mundo, adicionando elementos naturais e culturais únicos para cada país que ele nos levava a visitar.<p></p><span style="font-weight: bold;">FREQUENTADOR CONSTANTE</span> entre as listas de maiores clássicos da literatura, A Volta Ao Mundo Em 80 Dias é uma leitura obrigatória para aqueles que simplesmente gostam de ler sem compromisso, uma vez que é uma experiência muito saborosa e gratificante ao chegar ao fim deste título.<p></p></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-2804805195009440762009-10-23T13:34:00.000-07:002009-10-23T13:39:38.730-07:00O Grande Gatsby<p></p><div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Gatsby.gif" align="middle" /><br /><p></p><span style="font-weight: bold;">NÃO ME SURPREENDI</span> nem tampouco me encantei pelo livro de F. Scott Fitzgerald ao ler O Grande Gatsby, sua obra prima. Na verdade este é o segundo grande clássico da literatura norte-americana que me desaponta – o outro foi O Sol Também se Levanta, de Ernest Hemingway. Não sei se é devido ao fato de que eu prefiro as obras do velho mundo, mas confesso que esperava muito mais deste que conquistou o segundo lugar na lista dos Cem Melhores Romances em Língua Inglesa do Século XX, superado apenas pelo Ulysses de James Joyce.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">A HISTÓRIA DE ASCENSÃO</span> de Jay Gatsby, em meio a um triângulo amoroso, é contada por um personagem que não participa muito dos acontecimentos, Nick Carraway, que acaba por se tornar o melhor amigo deste notável sujeito. A impressão que tive foi de que Gatsby foi trazido na marra por Carraway à posição de protagonista, uma vez que sua personalidade morta e sem muitas características foi incapaz de despontar neste papel. Nick não tem um grande amor, um grande emprego, uma grande casa, uma grande rede de amigos, nem uma história para contar: ele é o completo oposto de Gatsby, e talvez se a obra tivesse outro título poderia bem se chamar O Pequeno Carraway.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">O ROMANCE É REALMENTE</span> bem conduzido pelas mãos do autor e tem a sua melhor fase narrativa no último capítulo, onde nos deparamos com um personagem entristecido e abalado com um fato trágico, trazendo à tona a sua vida sem sentido – quem sabe um reflexo das confusas e loucas primeiras décadas do século XX norte-americano:<br /><p></p><span style="font-style: italic; color: rgb(102, 0, 0);">“Este é o meu Meio-Oeste – não trigo ou as pradarias ou as cidades suecas perdidas, mas os trens vibrantes de volta para casa da minha juventude e os lampiões de rua e os sinos de trenó na escuridão gelada e as sombras das grinaldas de azevinho lançadas sobre a neve através das janelas iluminadas. Sou um pouco solene com o sentimento daqueles longos invernos, um tanto complacente por ter crescido numa casa dos Carraway numa cidade em que as casas ainda são chamadas ao longo das décadas pelo nome de uma família”.</span><br /><p></p></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-63125363776113802192009-10-14T13:30:00.000-07:002009-10-14T13:47:35.254-07:00O Lírio do Vale<p></p><div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Sec.gif" align="middle" /><br /></div><div style="text-align: left;"><p></p><span style="font-weight: bold;">INICIEI A LEITURA DE </span>O Lírio do Vale, de Balzac, no mesmo dia em que terminei O Vermelho e O Negro, de Stendhal, sem saber da grande semelhança entre as duas obras. Ambas foram escritas na mesma década (1836 e 1830, respectivamente) e país (França), trazendo o mesmo tema no contexto geral do romance: o envolvimento entre um jovem inteligente e inocente rapaz com uma bela senhora mais velha <span style="color: rgb(102, 0, 0); font-style: italic;">[!]</span> (mãe de dois filhos, casada com um grande senhor <span style="color: rgb(102, 0, 0); font-style: italic;">[!!]</span>); e com outra igualmente bonita e distinta dama solteira <span style="color: rgb(102, 0, 0); font-style: italic;">[!!!] </span>(munida de uma paixão mais fervorosa que a primeira<span style="color: rgb(102, 0, 0);"> <span style="font-style: italic;">[!!!!]</span></span>), que acaba por provocar um trágico final ao triângulo amoroso <span style="color: rgb(102, 0, 0); font-style: italic;">[!!!!!]</span>.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">O LÍRIO DO VALE </span>faz parte de A Comédia Humana, título geral que dá unidade à obra máxima de Honoré de Balzac, composta por 89 romances, novelas e contos. Félix Vandenesse, um adolescente de aparência infantil movido por uma paixão repentina num festejo popular, rouba o beijo de uma senhora que mais tarde ele descobriria se tratar da respeitável condessa de Clochegourde, mulher do sr. de Mortsauf e mãe de duas crianças. Uma história de amor se inicia entre eles quando o jovem se torna amigo íntimo da família e passa a frequentar constantemente o castelo daquela que ele passa a chamar de Henriette. O trabalho o leva à capital francesa e lá Félix conhece a sensual Lady Arabelle Dudley, que se transforma num obstáculo para a continuação do amor platônico entre ele e a sra. de Mortsauf.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">O LIVRO É ESCRITO EM </span>forma de uma carta de Félix à condessa Natalie de Manerville e não é subdividido em capítulos. Esta poderosa narrativa de Balzac descreve com detalhes o cenário campestre/rural aonde a trama de desenvolve e ao contrário de O Vermelho e O Negro, este sim, é rico em sentimentalismo e grandiloquência.</div><p></p><span style="color: rgb(102, 0, 0);"><span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">Trecho:</span></span><span style="font-style: italic; color: rgb(102, 0, 0);"> “O homem é composto de matéria e espírito, nele a animalidade termina, nele o anjo começa. Donde essa luta que todos nós sentimos entre um destino futuro que pressentimos e as lembranças de nossos instintos anteriores dos quais não estamos totalmente desligados; um amor carnal e um amor divino. Um homem junta-os num só, outro se abstém de ambos, este resolve o sexo inteiro para nele buscar a satisfação de seus apetites anteriores, aquele o idealiza numa só mulher na qual se resume o universo, uns pairam indecisos entre as volúpias da matéria e as do espírito, outros espiritualizam a carne pedindo-lhe o que ela não conseguiria dar. Se, pensando nesses traços gerais do amor, você levar em conta repulsas e afinidades que resultam da diversidade das organizações, e que rompem os pactos firmados entre os que não enfrentam provas; se a isso você acrescentar os erros causados pelas esperanças das pessoas que vivem mais especialmente do espírito, do coração ou da ação, que pensam, sentem ou agem, e cujas vocações são contrariadas, desconhecidas numa associação em que em que se encontram duas criaturas igualmente duplas, você terá uma grande indulgência pelas desgraças com que a sociedade se mostra impiedosa”.</span><p></p>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-81871750598950332002009-10-05T17:43:00.000-07:002009-10-05T18:04:53.734-07:00O Vermelho e O Negro<p></p><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/VermelhoNegrocopy.gif" align="middle" /><br /><div style="text-align: left;"><p></p><span style="font-weight: bold;">TINHA O VERMELHO E O </span>Negro em casa desde sempre guardado na coleção de livros de minha mãe, mas nunca foi despertado em mim nenhum interesse em lê-lo até descobrir que ele aparecia em algumas das várias listas que encontrei de maiores clássicos da literatura. Ao pesquisar o autor, Stendhal, logo me veio à lembrança que eu já havia lido uma outra obra sua: uma biografia de Mozart que vinha impressa em forma de revista junto de um cd do compositor que eu comprara há alguns anos numa banca de jornais. O livro se passa no período da restauração napoleônica e retrata a França do século XIX. Embora produzida em pleno Romantismo, a obra de Stendhal se mostra isenta de sentimentalismo e grandiloquência. É ligeiramente cansativa e grande em demasia, mas é dividida em capítulos curtos que facilitam a leitura.<br /><p></p><span style="font-style: italic;">A seguir, apresento um curto resumo (contém Spoilers):</span><br /><p></p><span style="font-weight: bold;">O ROMANCE NARRADO EM </span>terceira pessoa e escrito em 1830 constitui uma de suas obras-pimas e conta a história do jovem Julien Sorel, latinista, cristão devoto e polido filho de camponês que passa a trabalhar por ordem do pai como preceptor das crianças do Sr. de Rênal, prefeito da bela, pequena e francesa cidade de Verrières. Em pouco tempo ele se vê atraído pela sua linda patroa, que progressivamente vai-lhe retribuindo o afeto, entrando ambos em um namoro secreto e inocente que se estende por toda a primeira parte do livro. Devido às desconfianças do prefeito, Julien parte para um seminário e deixa para trás a sua amada Sra. de Rênal a quem posteriormente volta para despedir-se antes de partir definitivamente para longe. Este seu retorno a Verrièrres no último capítulo da primeira parte marca um dos momentos mais interessantes da obra.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">A SEGUNDA PARTE TRAZ </span>um Julien mais amadurecido e diante de uma nova vida: tornara-se secretário do Marquês de La Mole, “um dos maiores senhores da França” e tentava na medida do possível se acostumar com aquela alta sociedade e com as noites nos salões. Evitava conversar com a filha do marquês, a Srta. Mathilde, que vivia cercada de admiradores e quem ele achava muito orgulhosa, mas sua frieza acabaria por despertar nela um interesse que se metamorfosearia em amor (os capítulo 9 e 10 descrevem bem esta transformação). Viveram um namoro aos tropeços com o orgulho de cada um até o dia em que ela anunciou estar grávida. A Sra. de Rênal reaparece na história no 35º capítulo escrevendo contra a sua vontade uma carta ao Sr. de La Mole aonde diz absurdos sobre Julien, provocando a ira do herói que vai a Verrières tentar sem sucesso assassiná-la. É assim que o jovem Sorel se reconcilia com a sua primeira paixão e morre condenado pelo seu crime, permanecido ainda vivo no coração das duas e do lado do povo, que encontrou naquele caso uma aventura romanesca.</div><p></p>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-12685165157843353642009-04-15T15:32:00.000-07:002009-04-15T15:39:40.626-07:00Seleção de tiras (Angeli)<div style="text-align: left;"><div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Angeli13-02-09.gif" align="middle" /> </div><p></p><div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Angeli21-03-09.gif" align="middle" /> </div><div style="text-align: left;"><p></p><div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Angeli06-04-09.gif" align="middle" /></div><p></p>Publicadas Jornal <span style="font-weight: bold;">Folha de S. Paulo</span> nas respectivas datas: 13/02, 21/03 e 06/04/2009<br /><div style="text-align: left;"><p></p></div></div></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-51803959375950856562009-04-07T17:30:00.000-07:002009-04-07T17:35:35.716-07:00Delírio<p></p><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Doente.gif" align="middle" /><br /><div style="text-align: left;"><p></p><span style="font-weight: bold;">O RELÓGIO MARCA</span> 6:59 da noite. Deito-me em minha cama e começo a refletir sobre o nada enquanto observo o teto esbranquiçado que traduz o que eu conquistei nos últimos tempos. Minha pele está quente, meus olhos estão pesados e minhas pernas fracas. Sinto frio, fome e você cada vez mais longe.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">É IMPOSSÍVEL CONTROLAR </span>o meu leito. Ele me leva para onde jamais estive, desprendendo-se de meu corpo enfermo e deixando-me no ar. Observo um sujeito franzino e de passos longos a bater na calçada com os seus sapatos pobres. Ele atrasou-se e corre para ganhar tempo. Sei que mais tarde ele reclamará de sua vida atarefada, mas desconhece o que pratica em suas horas vagas. Não sabia que a sua solidão o faria deitar-se em sua cama ainda quente pra refletir sobre coisa nenhuma.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">AO ABRIR A JANELA </span>observei algo flutuando no ar: era alguém apavorado, insatisfeito e descontente de estar imóvel. Torcia para cair ainda que a conseqüência fosse a sua morte. Ele não gosta de estar por cima e entende tudo sobre isso. Mais vale o mistério.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">FOI AO PENSAR</span> nisto que seu corpo se desprendeu do espaço e atingiu o chão, fazendo-o despertar às 7:23 da noite naquele corpo ainda em chamas.<br /><p></p></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-33338674073892297322009-03-09T17:26:00.000-07:002009-03-09T17:31:28.230-07:00Escolhas<div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Pensador.gif" align="middle" /> <p></p><span style="font-weight: bold;">EU TROQUEI OS</span> filmes de graça pelos alugados. Troquei as notícias virtuais pelas televisivas. Troquei os estudos por entretenimento inútil. Troquei os fones de ouvido por um livro. Substituí a ficha da biblioteca pela do banco. Preferi Pink Floyd a Nirvana. Deixei um cabelo grande por um par de óculos. E adquiri com isto a saudade de algumas boas noites<p></p><span style="font-weight: bold;">MAS HOJE MEU</span> semblante cansado está mais compreensivo. Mas minhas noites, não menos longas e nostálgicas. E meu medo do futuro cada vez mais presente. Como estarei daqui a cinco anos? Espero que menos preocupado e um pouco mais acompanhado.<br /><p></p><span style="font-weight: bold;">ACHO QUE EU</span> passarei uma semana sem fazer a barba...<p></p></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-14320086290543077002009-03-01T16:09:00.000-08:002009-03-01T16:14:40.627-08:00Lista de listas<div style="text-align: left;"><div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Laerte27-02-09.gif" align="middle" /> </div><p></p><span style="font-weight: bold;">EU GOSTO DE FAZER</span> listas. Já fiz lista dos filmes que mais gostei de assistir e daqueles que ainda pretendo ver, assim como já fiz catálogo das músicas que mais gosto e de discos que ainda ouvirei. A literatura também não fica para trás, já que tenho uma lista dos livros que já li a uma folha contendo os títulos que ainda pretendo ler antes de morrer. Este hábito, no entanto, anda meio abandonado, assim como inúmeras outras coisas que não faço mais. Não sei como é, mas talvez eu estivesse cansado de ser quem eu sou. Eu não era muita coisa, mas pelo menos conquistei algo. Só agora percebo que a minha mudança trouxe conseqüências e por isso pretendo voltar a ser a mesma pessoa de sempre: interessante apenas para mim mesmo. Agora, então, pretendo riscar mais itens de meus catálogos já criados antes que eu comece a fazer uma nova lista contendo os grandes amigos que eu já perdi.</div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-19252776047913738752009-02-28T16:08:00.000-08:002009-03-01T16:09:00.118-08:00Troféu do Amigo<div style="text-align: left;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/seloamigo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 160px; height: 160px;" src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/seloamigo.jpg" alt="" border="0" /></a>Eu já não atualizo este blog como antes, mas mesmo assim recebi mais um selo das mãos de Jaqueline (<a href="http://jaquesou.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Jaque Sou, O Jeito é Ser</span></a>). Este, é o <span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:130%;" ><span style="font-weight: bold;">Troféu do Amigo</span></span>, e a sua descrição está aqui: "<span style="font-style: italic;">Esses blogs são extremamente charmosos. Esses blogueiros têm o objetivo de se achar e serem amigos. Eles não estão interessados em se auto promover. Nossa esperança é que quando os laços desse troféu são cortados ainda mais amizades sejam propagadas. Entregue esse troféu para oito blogueiros(as) que devem escolher oito outros blogueiros(as) e incluir esse texto junto com seu troféu</span>."</div><p></p>Bem, aí vão minhas indicações: <a href="http://jaquesou.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Jaque Sou</span></a> (sei que ela me indicou, mas não a deixaria de fora), <a href="http://doceclareza.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Doce Clareza</span></a> (que eu tenho esperanças que ela volte a escrever), <a href="http://memoriasalapis.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Memórias Escritas a Lápis</span></a> (que também anda sumida), <a href="http://uhntissbabe.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Sensações da Falta de Sensação</span></a> (que não atualiza o blog há um mês), <a href="http://ellenfernandes.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Doce Pesadelo</span></a> (também já foi uma blogueira mais dedicada), <a href="http://jskmaria.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Jsk</span></a> (uma grande leitora, em todos os sentidos), <a href="http://chadrez.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Menina Sãn</span></a> (tem algo em seus textos que me agrada muito) e <a href="http://doceocio.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Doce Ócio</span></a> (Só a deixei por último por que abandonou o blog, mas não poderia esquecê-la. Ah, não).Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-80730233806982011202009-02-13T17:04:00.000-08:002009-03-01T16:05:35.859-08:00Novos selos<span style="font-weight: bold;">RECEBI ALGUNS PRESENTES</span> de Jaquelyne (minha poetisa predileta e autora do <a style="color: rgb(153, 0, 0);" href="http://jaquesou.blogspot.com/" target="blank"><span style="font-weight: bold;">Jaque Sou</span></a>). São alguns selos que já havia visto em outros blogs e que consistem basicamente em divulgação. As regras são geralmente iguais, constando em "linkar" aquele que te indicou, exibir a imagem do selo, indicar mais alguns blogs, exibir as regras e avisar aos indicados sobre o ocorrido. Como estou meio ausente e desobediente nestas últimas semanas, estou tentando fugir de algumas regras. Oscar Wilde já dizia que "qualquer pessoa que tenha lido a história da humanidade aprendeu que a desobediência é a virtude original do homem". Quero apenas agradecer imensamente à Jaqueline, quem está sempre lembrando do KozmicSoldier, e pedir que visitem o seu belíssimo site de poemas (coisa esta que faço quase diariamente):<p></p><a href="http://jaquesou.blogspot.com/" target="blank"><img style="text-align: center;" src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Jaquesou.gif" border="0" /></a><p></p><span style="font-weight: bold;">OS SELOS COM </span>os quais ela me presenteou foram: "<span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">Olha que blog maneiro!</span>", "<span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">Esse blog é D+</span>" e "<span style="color: rgb(153, 0, 0); font-weight: bold;">A-d-o-r-o o seu blog</span>", além de um que ela própria criou, chamado "<span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">Blog que É por essência</span>", que parabeniza todos os que fazem da Poesia sua razão de existir, a essência verdadeira, e a compartilha. Aí estão eles (muito obrigado, minha querida):<p></p><img style="text-align: center;" src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Selos.gif" border="0" /><br /><p></p>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-81489663610136857652009-02-12T16:52:00.000-08:002009-02-12T16:59:11.596-08:00Au revoir<div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/AdeusMelissa.gif" align="middle" /><p></p><span style="font-weight: bold;">MELISSA FOI EMBORA</span> quando deixou de me olhar nos olhos. Quando não quis mais brincar. Melissa foi embora sem se despedir ou olhar sobre os ombros, levando consigo meu sorriso. Ela nunca pediu para ficar e nem mesmo avisou de sua partida. Melissa preferiu sair à noite, quando o ponteiro pequeno estava mais alto e um escorpião desenhava o céu estrelado. Sim, ela foi tarde. Vai tarde, Melissa! Mas se decidir voltar, não hesite em apagar as luzes.<br /></div><p></p>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-8291079452044524872009-01-29T15:52:00.000-08:002009-02-07T10:00:07.517-08:00Não sou uma laranja<div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Laranja.gif" align="middle" /><p></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: bold;">PORQUE A MAIORIA</span> dos produtos comerciais fontes de Vitamina C abusam da cor laranja e da fruta de mesmo nome? Não sabem eles que a acerola possui 1600 mg/100g e que tantas outras frutas vencem a laranja, que tem apenas 50 mg/100g (outros exemplos são jujuba, goiaba, kiwi, amora, mamão e morango)? A popularidade anda mesmo ao lado da hipocrisia (ou ignorância).<p></p><span style="font-weight: bold;">ISSO ME FAZ LEMBRAR</span> daqueles(as) bons(as) alunos(as) que alguns professores adoram e são motivo de desprezo para outros tantos. Eu sempre me simpatizei mais por aqueles que não chamam muito a atenção e na maioria acabo descobrindo que eles têm a capacidade de ser tão bons quanto qualquer um. Não tiram notas muito altas e não questionam muito nos cursos; Não vivem estudando em casa e não têm exemplo de frequencia nas aulas; Nunca têm seus nomes lembrados pelos professores e jamais frequentam as festas da turma; Ficam nervosos na hora da apresentação e sempre deixam uma boa idéia para a apresentação seguinte copiar com maior profissionalismo; Gostam de sentar-se no centro da sala de aula e votar contra a maioria.<p></p><span style="font-weight: bold;">EU AINDA NÃO SINTO</span> falta dos tempos de escola, mas dizem que é algo que a gente sempre gostaria de reviver novamente. Sei lá. Talvez eu seja apenas um daqueles que nunca seriam lembrados para uma festa de <span style="font-style: italic;">re</span>-reunião de turma. Talvez. Não sou uma acerola, mas um mamão já é de bom tamanho.<br /></div></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-32070139005520158262009-01-17T11:32:00.000-08:002009-03-01T16:06:12.287-08:00Prêmio Dardos<div style="text-align: left;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_HWrPxcpf_YQ/SXI0Jv8GThI/AAAAAAAAANk/i0rjPj75G6A/s1600-h/dardos2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 250px; height: 319px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_HWrPxcpf_YQ/SXI0Jv8GThI/AAAAAAAAANk/i0rjPj75G6A/s400/dardos2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292349854205758994" border="0" /></a>Recebi da querida e talentosa amiga <span style="font-weight: bold;">Jaquelyne</span> (minha poetisa predileta) - do belo blog <span style="font-size:130%;"><a style="color: rgb(153, 0, 0);" href="http://jaquesou.blogspot.com/"><span style="font-weight: bold;">Jaque sou</span></a></span> - o prêmio/selo <span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">DARDOS</span>, que "é dado aos blogueiros que transmitem valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está, e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras". Muito obrigado pelo presente, Jaque!<br /></div><p></p>Deverei seguir algumas regras:<br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0); font-style: italic;">01. </span><span style="font-style: italic;">Exibir a imagem do selo; </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0); font-style: italic;">02.</span><span style="font-style: italic;"> Apontar o blog pelo qual recebeu o prêmio; </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0); font-style: italic;">03.</span><span style="font-style: italic;"> escolher quinze outros blogs a quem deve oferecer o </span>prêmio DARDOS<span style="font-style: italic;">; </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0); font-style: italic;">04.</span><span style="font-style: italic;"> Avisar os escolhidos!</span><br /><p></p>Sim, eu sei que deveria escolher 15 outros endereços interessantes, mas meu limitado círculo internético-social não me permite. Darei então o prêmio a estes cinco maravilhosos blogs:<br /><p></p><span style="font-size:130%;"><a style="color: rgb(153, 0, 0);" href="http://doceocio.blogspot.com/"><span style="font-weight: bold;">Doce Ócio</span></a></span> (www.doceocio.blogspot.com); <span style="font-size:130%;"><a href="http://memoriasalapis.blogspot.com/"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">Memórias Escritas a Lápis</span></a></span> (www.memoriasalapis.blogspot.com); <a href="http://uhntissbabe.blogspot.com/"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);"><span style="font-size:130%;">Sensações da Falta de Sensação</span> </span></a>(www.uhntissbabe.blogspot.com); <span style="font-size:130%;"><a href="http://www.doceclareza.blogspot.com/"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">Doce Clareza</span></a></span> (www.doceclareza.blogspot.com); e<br /><span style="font-size:130%;"><a href="http://ellenfernandes.blogspot.com/"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">Doce Pesadelo</span></a></span> (ellenfernandes.blogspot.com).<br /><p></p>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-1416483796043775832008-12-29T15:33:00.000-08:002008-12-29T15:57:21.633-08:00Entrevista<div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Casaabandonada.gif" align="middle" /><p></p><span style="font-weight: bold;">EU TINHA UMA TAREFA</span> muito simples. Deveria apenas visitá-lo e fazer-lhe algumas perguntas acerca de sua repentina reclusão que há anos é motivo de curiosidade para os seus leitores. Era tudo o que eu precisava fazer. Sentar-me com ele em sua rústica varanda de cadeiras de madeira, aceitar um copo de água, elogiar o seu trabalho e dirigir-lhe alguns questionamentos prontos que eu carregava em minha mala. Não precisava sequer fazer anotações, uma vez que a tecnologia nos afasta cada vez mais dos lápis e das canetas.<br /><p></p>Fui recebido como um visitante que ele esperava ansiosamente. Apesar de não haver nada fora do lugar e os móveis aparentarem um tímido brilho, foi logo se desculpando pela bagunça enquanto um pequeno cão deitado sobre o tapete aos pés de um sofá enchia-se de moderada raiva. Solicitou que eu me sentasse eu uma das cadeiras que circuncidavam uma mesa de madeira de altura reduzida enquanto iria à cozinha buscar algo. Seu amigo baixinho lhe seguiu como se sentisse medo de me fazer companhia, mas eu não dava a mínima para o que ele pensava. Observei o armário cheio de porta retratos, mas ao me aproximar pude perceber que apenas o que havia ali eram as figuras originais do fabricante: famílias felizes montadas artificialmente, modelos animais ou crianças perfeitas. Mais acima, algumas garrafas vencidas de vinho devidamente fechadas. Os últimos raios de sol entravam por uma janela de vidros quebrados que jamais pareceu estar aberta à medida que eu iria compreendendo quanta solidão abrigada aquela casa cada vez mais abandonada. Fui perguntado se estava a observar o seu jardim enquanto ele voltava com uma garrafa de vinho à mão. “Já trabalhei muito nele”, completou. “Mas hoje não sinto mais ânimo de continuar”. Mesmo sem ter percebido a sua droga de jardim, respondi-lhe que estava fazendo um ótimo trabalho e o estimulei a continuar.<br /><p></p>- Vamos, sente-se. Imagino que tenha algumas perguntas a me fazer. Deve estar com pressa.<br />- Muitos criaram expectativas acerca desta conversa. Têm muitos curiosos a fim de saber o que tem feito e por onde tem andado.<br />- Eu sempre escrevi e continuo escrevendo. Nunca andei em lugares por onde os interessados nesta entrevista estiveram, e portanto não sei por qual motivo insistem em dizer que me isolei. Não é verdade?<br />- Pensando por esse lado, faz algum sentido.<br />- Demorou muito para chegar até aqui? Dizem que o caminho é meio confuso.<br />- Sim, em certo ponto do trajeto tive que voltar cerca de 300 metros. Há muitas entradas parecidas em sua vizinhança.<br />- Ah, sim. Tenho bons vizinhos. Não posso reclamar. Eles ficam há quase um quilômetro de minha casa em qualquer uma das direções.<br />- Não posso dizer o mesmo. Moro num apartamento.<br />- Aquilo não é lar. Onde já se viu uma casa sem telhado e sem calçada? O seu prédio não é uma casa. É apenas um prédio.<br />- Me lembro que foi difícil para consegui-lo.<br />- É verdade que damos mais valor às coisas que nos vêm através de muito esforço, mas é preciso pensar no verdadeiro sentido das coisas. Não desperdice tanto tempo de trabalho comprando um pedaço de edifício em vez de uma casa com muros, quintal e jardim. Aonde seus filhos irão brincar? Você tem filhos, não tem?<br />- Um menino e uma menina.<br />- Deve ser um belo casal. Já sabem escrever?<br />- O meu garoto está chegando lá.<br />- Você não acha que estas nossas crianças estão cada vez mais precoces? É um fato.<br />- Deve ser um reflexo da velocidade com que recebemos informação.<br />- Acha que as crianças devem ter acesso à tecnologia desde pequenas?<br />- Não acho uma boa idéia.<br />- Você tem computadores em casa, não tem? Imagino que os seus filhos já sabem utilizá-los.<br />- Meu garoto gosta de jogos.<br />- Ah, os jogos! As crianças de hoje aprendem a atirar antes de escreverem seus sobrenomes. Não é interessante?<br />- São mesmo precoces.<br /><p></p>Enquanto ele me fazia perguntas, foi aos poucos se dirigindo à varanda que já se encontrava escurecida. Foi obrigado a acender a luz externa. Quis saber acerca de meu trabalho no jornal, minha esposa e o lugar aonde moro. Perguntou ainda se eu tinha contato com meus amigos de infância e há quanto tempo não fazia uma viagem. Me deu inúmeros conselhos e me alertou do perigo da volta para casa, mas me consolou ao dizer que o caminho de volta é sempre mais rápido. Apertei-lhe a mão e entrei no carro, mas antes que ele entrasse para a sua solitária casa, me agradeceu em voz alta:<br />- Obrigado pela entrevista.<br /><p></p></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-29418890366768393792008-12-19T18:52:00.000-08:002008-12-19T18:55:36.920-08:00Soldadinho<div style="text-align: center;"><div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Soldadinho.gif" align="middle" /><p></p><span style="font-weight: bold;">QUANDO CRIANÇAS</span>, planejamos o nosso futuro de um modo tão singelo e fantasioso que somente quando adultos percebemos o quanto nós mudamos. Ainda me lembro de desenhar no chão do quintal as ruas de uma cidadela aonde brincaria com meus carros coloridos. Dinossauros e soldados existiam no mesmo plano histórico e as horas passavam ligeiras até a hora do jantar se anunciar. Eu temia virar adulto e abandonar as minhas diversões de infância chegando a prometer a mim mesmo que brincaria de soldado mesmo quando adulto, mas esse jovem foi se perdendo a cada ano dentro de um vilão em crescimento. Porque os adultos são vilões. Com as suas ordens; com os seus gritos; com as suas conversas chatas; com os seus compromissos idiotas; e com os seus dinheiros que nunca sobram para nada realmente interessante. Sinto falta da infância que nunca tive, dos amigos de rua que nunca brinquei, dos machucados que nunca curei e das surras que nunca levei. Com o passar do tempo pareço até uma criança reprimida num corpo que não me pertence mais. E pior que quebrar uma promessa feita a alguém é não levar a sério os juramentos feitos a nós mesmos. “- Soldados, preparar!”</div></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-88210712307421793642008-12-11T15:59:00.000-08:002008-12-11T16:14:50.177-08:00Suspiro<span style="font-weight: bold;">AVISO AOS NAVEGANTES:</span> Sei que faz cerca de um mês que não atualizo de verdade este blog (uma vez que o último post foi apenas uma cópia do que publiquei em outra site), mas eu sei que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. A maioria dos blogs são assim: a maior quantidade de assunto se concentra nos primeiros meses de criação e decresce consideravelmente com o passar do tempo – e milhares deles não duram mais que 50 semanas. Espero que o KozmisSoldier não seja apenas mais um pela estrada (pelo menos não agora) e por isso pretendo me dedicar gradativamente sempre que possível. Porque <span style="font-weight: bold;">ainda há vida por aqui!</span>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-4862054072600400072008-11-22T17:34:00.000-08:002008-11-27T06:17:42.553-08:00Aleatoriedades<span style="font-weight: bold;">ATENDENDO AOS PEDIDOS </span>de Jéssica (<a href="http://jskmaria.blogspot.com/" target="blank">Jsk</a>) por uma nova postagem neste blog, transcreverei aqui uma brincadeira que publiquei na <a href="http://casadosnoopy.blogspot.com/2008/11/aleatoriedades.html">Casa do Snoopy</a>. Trata-se do <span style="color: rgb(153, 0, 0); font-weight: bold;">Aleatoriedades</span>, aonde você escreve seis coisas sobre você e indica mais seis pessoas para fazer o mesmo, sempre seguindo essas regras:<br /><p></p><span style="font-style: italic;">1. Link a pessoa que te indicou.</span><br /><span style="font-style: italic;">2. Poste as regras em seu blog.</span><br /><span style="font-style: italic;">3. Escreva 6 coisas aleatórias sobre você.</span><br /><span style="font-style: italic;">4. Indique mais 6 pessoas (ou quantas quiser) e coloque os links no final do post.</span><br /><span style="font-style: italic;">5. Deixe a pessoa saber que você o indicou, deixando um comentário no blog dela ou lhe mandando um e-mail.</span><br /><span style="font-style: italic;">6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.</span><br /><p></p>Eu sei que é uma espécie de corrente (coisa que não gosto nem um pouco), mas pode trazer algo de bom: conhecer melhor nossos amigos blogueiros, conhecer novos links interessantes e o melhor de tudo, que é atrair novos leitores para o que escevemos<br /><p></p>Então aí vai. <span style="font-weight: bold;font-size:130%;" ><span style="color: rgb(153, 0, 0);">01.</span> </span>Já li <span style="font-style: italic;">Lolita</span> 3 vezes (sim, acho que é o meu predileto) e não consigo acompanhar qualquer livro de James Joyce sem um dicionário para me socorrer. <span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">02.</span></span> Eu matava aula com os amigos para comer as frutas do colégio (caju, banana ou serigüela). <span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:130%;" ><span style="font-weight: bold;">03.</span></span> Nunca gostei de Chaves, uma vez que não tive a oportunidade de apreciar o seriado na infância (em minha casa não pegava o SBT). <span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">04.</span></span> Meu computador é obsoleto (o coitado se esforça até para abrir o Gmail) e não consigo juntar dinheiro para comprar um novo, pois sempre compro algo menos útil. <span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">05.</span></span> Eu me apaixono em média a cada 5 anos, mas nunca namorei nenhuma de minhas “desejadas” (foi assim no 1º grau, no ensino médio e na faculdade. <span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(153, 0, 0);">06.</span></span> Eu nunca termino as coisas que começo (seja um livro, uma história em quadrinhos ou até mesmo o meu curso na faculdade). Alguém aí me dá um punhado de persistênca?!<p></p>Então fica aí o convite para Roseana (<a href="http://doceocio.blogspot.com/" target="blank">Doce Ócio</a>), Jaque (<a href="http://jaquesou.blogspot.com/" target="blank">Jaque Sou</a>), Jéssica (<a href="http://jskmaria.blogspot.com/" target="blank">Jsk</a>), Clarissa (<a href="http://www.doceclareza.blogspot.com/" target="blank">Doce Clareza</a>), Ellen (<a href="http://ellenfernandes.blogspot.com/" target="blank">Doce Pesadelo</a>) e Bah (<a href="http://memoriasalapis.blogspot.com/2008/11/aleatoriedades-meme.html" target="blank">Memórias Escritas a Lápis</a> - que eu já cumpriu a sua tarefa).Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-68088077049004766832008-11-10T16:06:00.000-08:002008-11-27T06:14:39.276-08:00Homem árvore<div style="text-align: left;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Arvores.gif" align="middle" /><br /><p></p><span style="font-weight: bold;">UM PENSAMENTO DE</span> infância me veio numa dessas tardes dominicais aonde eu devorava uma laranja e descartava os caroços jogando-os pelo jardim junto às plantas de minha mãe. Meu pequeno e curioso cão corria atrás de cada um deles e mastigava-os sem engolir, uma vez que não tinha nada melhor pra fazer. Lembrei-me, então, que na infância eu fazia por onde não comer sementes a fim de evitar que crescesse dentro de meu estômago juvenil uma grande árvore. Sim, senhor. Como seria interessante ver saindo de minha boca uma folha verde ou de minhas orelhas alguns galhos marrons em busca de luz. Seria eu homem-árvore ou árvore-homem? Prefiro nem imaginar, porque eu não gostaria de criar raízes.<br /></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7286196220168645442.post-86468350496238284492008-10-26T15:21:00.000-07:002008-10-26T15:27:40.460-07:00Laerte<div style="text-align: center;"><div style="text-align: left;">Publicadas na Folha de S. Paulo nos dias 03, 13 e 22/10/2008:<br /></div><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Laerte03102008.gif" align="middle" /><br /><div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Laerte13102008.gif" align="middle" /><br /><div style="text-align: center;"><img src="http://i237.photobucket.com/albums/ff154/MrMenezes/Laerte22102008.gif" align="middle" /> </div></div></div>Giuseppe Menezeshttp://www.blogger.com/profile/00559031668400032116noreply@blogger.com5