quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O Lado Bom de Calvin (parte 1 de 3)

PUBLICADA EM MAIS DE 2000 jornais em todo o mundo, Calvin e Haroldo (Calvin and Hobbes) pode ser considerada uma obra prima dos quadrinhos. Criada por Bill Watterson em 1985, a série de tiras conta as aventuras do pequeno Calvin, um garoto hiperativo de seis anos de idade dotado de uma impressionante imaginação. Em seu mundo de fantasias, seu tigre de pelúcia ganha vida própria e assume a figura de uma espécie de amigo imaginário, aprontando com ele situações que deixam seus pais à beira da loucura. A última tira foi publicada em dezembro de 1995 (clique aqui para vê-la), após ter feito de Watterson uma verdadeira celebridade do ramo.
CONFIRA A SEGUIR UMA das melhores histórias da série (na minha opinião), publicada em 1991, quando ele utiliza seu duplicador para forjar uma cópia apenas de seu “lado bom”, o que o ajudaria a receber um pouco de crédito. Começarei postando as cinco primeiras tiras do total de quinze, dando seqüência logo em seguida. Divirta-se.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Capitão Lento

Caricatura retardada do Super-Homen, o Capitão Lento (Captain Linger) é um herói que vive dando vexames, apesar de sempre chegar na hora certa e evitar uma tragédia. Esta curta série da Cartoon Network (produzida pelo programa Sunday Pants) era exibida durante os intervalos do humorístico da MTV chamado Adult Swin:

Confira abaixo o episódio "Choradeira no Avião", traduzido para português:

Mais no Youtube:

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

On the Road

SEI PERFEITAMENTE O QUE é interromper um fluxo de criatividade redacional. Às vezes, o simples fato de virar a folha desconstrói o pensamento, deixando-o, muitas vezes, distinto das palavras anteriores. Já me aconteceu muitas vezes. Numa destas ocasiões rabisquei no fim do papel: "e seria apenas o início, não fosse a falta de espaço" (o outro lado, completamente em branco, não adiantava de nada). Por estes e outros motivos, entendo porque Jack Kerouac utilizou um rolo de papel de telex em sua máquina de escrever para autobiografar suas aventuras sem rumo pelas estradas norte-americanas no fim da década de 40. Numa alusão, aquele papel interminável significaria a própria estrada ou sua própria aventura. O fato é que On The Road se tornou um clássico e influenciou toda uma geração, tornando-se a bíblia daqueles que se consideravam beats na década de 60; e ajudou a forjar o que viria a ser os movimentos hippie e punk dos anos posteriores.

O ROCK AINDA NÃO EXISTIA no ano em que a estória foi vivida ou escrita (1951), mas seus personagens principais, Sal Paradise e Dean Moriarity, divertiam-se em bares ao som de jazz ou do popular bebop da época, enlouquecedor e bastante dançante, como viria a ser o rock'n'roll dos anos em que o livro foi finalmente publicado (1957). Sabe-se que o jovem Bob Dylan fugiu de casa inspirado neste romance, e da mesma forma teria feito Jim Morrison, que decidira montar sua banda após a leitura. É impressionante como o tema sobrevive até hoje. Certa vez encontrei, por acaso, um grupo chamado Dean Moriarity nas buscas sem sentido na internet.
A CARACTERÍSTICA PRINCIPAL do livro é a ausência de uma história a ser evoluída: não há um tema para a narração se apegar. Isso talvez deixe a leitura um tanto sem sentido, mais digerível apenas por aqueles que têm, pelo menos oculto dentro de si, um espírito aventureiro semelhante (ou às margens) ao de Sal/Kerouac. Colocarei a seguir um trecho que ajuda a resumir o espírito beat vivido nas páginas de On the Road:

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"E por um instante alcancei o estágio do êxtase que sempre quis atingir, que é a passagem completa através do tempo cronológico num mergulhar em direção às sombras interporais, e iluminação na completa desolação do reino mortal e a sensação de morte mordiscando meus calcanhares e me impelindo para a frente como um fantasma perseguindo seus próprios calcanhares, e eu mesmo correndo em busca de uma tábua de salvação de onde todos os anjos alçaram vôo em direção ao vácuo sagrado do vazio primordial, o fulgor potente e inconcebível reluzindo na radiante Essência da Mente, incontáveis terras-lótus desabrochando na rápida trepidez do céu. (...) Senti uma sensação suave, serpenteante como um tremendo pico de heroína numa veia principal; como aquele gole de vinho que traz um arrepio de satisfação num fim de tarde; meus pés se arrepiaram. Pensei que ia morrer naquele exato instante. Mas não morri e caminhei uns sete quilômetros, catei dez longas baganas e as levei para o quarto de Marylou no hotel e derramei os restos de tabaco no meu velho cachimbo e o acendi. Eu era jovem demais para perceber o que havia se passado".

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HISTÓRIAS À PARTE, Kerouac consegue manter o leitor realmente ansioso nas páginas finais, curioso para descobrir o que aqueles malucos encontrariam no México; e com uma verdadeira tristeza nas últimas linhas, sentida apenas naqueles que acompanharam até o final as aventuras daquela dupla inconseqüente e imortal. Jamais alguém escreverá algo parecido. Dica: se você ainda não leu, deve fazê-lo antes de morrer.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Um Soldado Deprimido

ALGO VERDADEIRAMENTE PERIGOSO (ou útil) de se possuir em casa quando se está deprimido é uma arma. Se você quer mesmo acabar com tudo, não pegaria uma maldita faca para cortar a garganta ou coisa parecida. Você mal teria disposição para isso. Com uma arma seria diferente. Bastaria mover um pequeno gatilho e ir embora. Sumir de vez.


ISSO ME VEIO QUANDO ESTAVA indo ao cabeleireiro aparar um pouco os cabelos já grandes. O sujeito que apareceu para fazer o serviço era alguém que eu nunca tinha visto. Eu fiquei com receio de ele fazer algum estrago na minha cabeça, mas pensando bem, eu não estava me importando mesmo àquela altura. Pedi o corte de sempre, mas como ele também nunca tinha me visto, tive de explicar o troço todo.
QUANDO SE ESTÁ DEPRIMIDO, não é muito confortável dialogar o que quer que seja. E é a coisa mais irritante do mundo sentir um desconhecido passando as mãos nos seus cabelos e mandando você abaixar a cabeça, jogando aquele irritante esguicho d'água no seu cabelo. A vontade que eu tinha era de descer daquela cadeira e quebrar aquela maldita cara de burguês do cabeleireiro. No final, paguei-lhe a quantia conhecida e ele me desejou um bom fim de semana. Respondi na menor empolgação e falsidade do mundo, mas é uma daquelas coisas que devemos responder apesar das circunstâncias. Eu queria mesmo é mandá-lo para a puta que o pariu.
NO CAMINHO DE VOLTA, passei por duas garotas que estavam com um bichinho minúsculo de pelúcia, um daqueles penduricalhos idiotas para celular. Mostravam-se muito empolgadas com ele. Achei um verdadeiro porre aquilo. Passei por mais algumas meninas e não senti a mínima vontade de olhar para elas, algo que todo homem faria em seu estado normal de espírito. Gente maldita. Gostaria de acabar com todos num piscar de olhos. E talvez sumir junto com eles.
QUANDO VOLTEI PARA CASA, me aprontei para o trabalho e peguei o ônibus. Puxei um livro da bolsa e li o caminho todo. Não olhei para ninguém, mas senti que estava sendo olhado. Não me importei e não dava a mínima importância. Desci do veículo e caminhei me arrastando pelo caminho até chegar à base. Cumprimentei o Capitão Estorvo e ele me mandou para o inferno. Parecia que ele falava com toda a sinceridade do mundo.
DROGA, O QUE HAVIA de errado com ele?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O Queensrÿche e os seus covers

O QUEENSRYCHE É UMA banda de Heavy Metal Progressivo formada na movimentada Seattle de 1981. Surgiu juntamente com uma enorme quantidade de de grupos na nova onda metaleira do início da década de 80, sendo praticamente ignorada até o álbum Empire, aonde está presente a famosa "Silent Lucidity", que deu à banda o tão sonhado reconhecimento. No entanto, foi novamente abafada pela onda grunge que crescia consequentemente. Entre altos e baixos, continuam na ativa até hoje. No ano de 2007 lançaram dois álbuns: Sign of the Times: The Best of Queensrÿche (uma coletânea com os seus maiores sucessos), e Take Cover (um disco aonde interpretam clássicos de outros artistas), um bom disco que tratei de ouvir e comentar:


01. "WELCOME TO THE MACHINE" (Pink Floyd) - Ao contrário da original do Pink Floyd, o cover abre mão dos efeitos bastante presentes na música de 1975, colocando os teclados quase que inaudíveis, substituindo-o pela guitarra em um ótimo solo iniciado quase aos dois minutos. A primeira impressão marcante é a levada pesada da bateria, incluída pelo Queensrÿche (há ainda um sax bem encaixado em alguns momentos). O violão, muito explorado, na versão original, serve apenas como encerramento para o cover em poucos segundos antes do fim.
02. "HEAVEN ON THEIR MINDS" (Andrew Lloyd) - Esta música foi composta por Andrew Lloyd Webber para compor a trilha sonora do filme Jesus Cristo Superstar, de 1973. Lembra bastante o The Who. Neste cover, o Queensrÿche abre não dos instrumentos de sopro da versão de Webber e inclui uma base de guitarra nos pontos mais calmos da canção e um solo em substituição aos violinos
03. "ALMOST CUT MY HAIR" (CSN&Y) - Por ser uma grande canção de Crosby, Stills, Nash & Youg, talvez tenha sido uma das mais complicadas de interpretar. O cover não deixa a desejar, explorando bem os duelos de guitarra e aumentando a presença do baixo. Mas talvez faltasse um pouco mais de emoção nos vocais de Geoff Tate, excelentes na versão de 1970.
04. "FOR WHAT IT'S WORTH" (Bruce Springstein) - Por não conhecer a versão original de Bruce Springstein, não posso fazer uma análise do cover. É uma regular canção acústica, não fosse a entrada da guitarra no refrão.
05. "FOR THE LOVE OF MONEY" (The O'Jays) - Não dá pra entender a entrada desta faixa no repertório do cd. É um soul idiota de uma banda chamada The O'Jays que fala apenas de dinheiro e virou tema de abertura do programa The Apprentice (no Brasil, conhecido como O Aprendiz). Não há muita inovação realizada na canção, a não ser o tratamento de "peso", uma compilação básica para o metal.
06. "INNUENDO" (Queen) - Esta música também é um ponto fraco do álbum. Queen ainda consegue soar mais pesado e sombrio, e a voz de Geoff Tate não pode ser comparada à de Freddie Mercury cantadas sob a mesma base, uma vez que não há muitas inovações na versão cover (e este é justamente o problema: soa igual demais, com uma vocalização inferior).
07. "NEON KNIGHTSN" (Black Sabbath) - Praticamente idêntica à original do Black Sabbath na voz de Dio. Não é de todo mal, porque Black Sabbath não deixa nada a desejar (ao contrário de alguns covers do Queensrÿche)
08. "SYNCHRONICITY II" (The Police) - Da mesma forma das anteriores, a banda não inova quase em nada, deixando fazer uma versão para tocar mesmo um cover (eu sei, talver seja a idéia do disco). Destaque para as guitarras, que ficam mais distorcidas que a original de Andy Summers no The Police.
09. "RED RAIN" (Peter Gabriel) - Tudo bem, este é um dos maiores sucessos de Peter Gabriel, mas é uma música muito feia, para não dizer horrível. Faltou peso ao cover (olá, Queensrÿche, vocês são uma banda de metal ou não?), e um pouco mais de personalidade. A única inovação foi a introdução de um solo na metade da faixa, mas talvez o verdadeiro mérito se dê apenas à redução de um minuto no tempo da música, comparada à original de longos cinco minutos e meio. Se bem que poderiam deixá-la apenas com 120 segundos, uma vez que é repetitiva em demasia.
10. "ODISSEA" (Carlo Marrale & Cheope) - Esta décima faixa foge completamente do contexto das anteriores. Talvez por este fato, a versão para a música clássica de Carlo Marrale e Cheope tenha dado certo. A balada melódica cantada em italiano foi bem original, se tornando num dos pontos altos do cd.
11. "BULLET THE BLUE SKY" (U2) - Esta talvez seja uma das melhores músicas do U2, e o Queensrÿche não desperdiça esta característica, transformando-a talvez no melhor cover do disco. Aparece em versão ao vivo, como uma espécie de bonus de dez minutos e meio, terminando com a platéia em fade out. Demais.

Clique aqui para fazer o download do torrent desde álbum no ThePirateBay.org
Informações úteis - qualidade: 320kbps/tamanho: 120Mb

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

As Pedras de Linus

AS ESTÓRIAS DE CHARLES SCHUIZ são um marco na indústria mundial quadrinhos e ajudaram a criar um padrão de tiras de quatro quadros que é seguido até hoje. Não há quem não conheça o simpático personagem Snoopy, conhecido por dormir no teto de sua casinha de cachorros. As estórias são compostas de um humor sarcástico e melancólico, características principais de um de seus maiores personagens, Charlie Brown.

A SEQUÊNCIA DE TIRAS apresentada a seguir cercam um hábito nada comum de Linus, o melhor amigo de Charlie Brown, que atira pedras num terreno baldio para descarregar sua raiva.