sábado, 9 de fevereiro de 2008

Um Soldado Deprimido

ALGO VERDADEIRAMENTE PERIGOSO (ou útil) de se possuir em casa quando se está deprimido é uma arma. Se você quer mesmo acabar com tudo, não pegaria uma maldita faca para cortar a garganta ou coisa parecida. Você mal teria disposição para isso. Com uma arma seria diferente. Bastaria mover um pequeno gatilho e ir embora. Sumir de vez.


ISSO ME VEIO QUANDO ESTAVA indo ao cabeleireiro aparar um pouco os cabelos já grandes. O sujeito que apareceu para fazer o serviço era alguém que eu nunca tinha visto. Eu fiquei com receio de ele fazer algum estrago na minha cabeça, mas pensando bem, eu não estava me importando mesmo àquela altura. Pedi o corte de sempre, mas como ele também nunca tinha me visto, tive de explicar o troço todo.
QUANDO SE ESTÁ DEPRIMIDO, não é muito confortável dialogar o que quer que seja. E é a coisa mais irritante do mundo sentir um desconhecido passando as mãos nos seus cabelos e mandando você abaixar a cabeça, jogando aquele irritante esguicho d'água no seu cabelo. A vontade que eu tinha era de descer daquela cadeira e quebrar aquela maldita cara de burguês do cabeleireiro. No final, paguei-lhe a quantia conhecida e ele me desejou um bom fim de semana. Respondi na menor empolgação e falsidade do mundo, mas é uma daquelas coisas que devemos responder apesar das circunstâncias. Eu queria mesmo é mandá-lo para a puta que o pariu.
NO CAMINHO DE VOLTA, passei por duas garotas que estavam com um bichinho minúsculo de pelúcia, um daqueles penduricalhos idiotas para celular. Mostravam-se muito empolgadas com ele. Achei um verdadeiro porre aquilo. Passei por mais algumas meninas e não senti a mínima vontade de olhar para elas, algo que todo homem faria em seu estado normal de espírito. Gente maldita. Gostaria de acabar com todos num piscar de olhos. E talvez sumir junto com eles.
QUANDO VOLTEI PARA CASA, me aprontei para o trabalho e peguei o ônibus. Puxei um livro da bolsa e li o caminho todo. Não olhei para ninguém, mas senti que estava sendo olhado. Não me importei e não dava a mínima importância. Desci do veículo e caminhei me arrastando pelo caminho até chegar à base. Cumprimentei o Capitão Estorvo e ele me mandou para o inferno. Parecia que ele falava com toda a sinceridade do mundo.
DROGA, O QUE HAVIA de errado com ele?

2 comentários:

Roseana Pacheco disse...

A sinceridade assusta, não é mesmo Gepp!?
P.S.: vc me pôs medo, viu?!

Anônimo disse...

O.o

Espero que o vídeo tenha surtido efeito. O bebê agradece. xD