A PALAVRA INFERNO é usada em várias religiões para descrever a morada dos mortos, ou o lugar que, segundo o cristianismo, é destinado ao suplício eterno das almas dos condenados. Na mitologia greco-romana, no entanto, a coisa é um tanto diferente e vale a pena conhecer. Lá, por exemplo, tanto os condenados quanto as almas absolvidas moram no mesmo endereço infernal - conhecido como Hades -,uma vez que não existe céu. O Inferno mitológico, na verdade, nada mais é que um lugar subterrâneo onde estão as almas dos mortos.
APÓS A VITÓRIA, OS três irmãos olímpicos (Hades, Poseidon e Zeus) dividiram o domínio do mundo: ao taciturno Hades coube o mundo subterrâneo, onde seus súditos são os mortos. Reinava em companhia de sua esposa Perséfone e de seu cão de três cabeças com cauda de serpente, Cérbero, que recebia a alma dos mortos mas nunca lhes permitia a saída.
NA REGIÃO DO HADES havia cinco rios: o Estige (rio das trevas), o Aqueronte (das penas), o Fégeton (do fogo), o Cocito (dos lamentos) e o Lete (do esquecimento). Primeiro vêm as Moiras anunciar a hora derradeira ao mortal, depois chegam as queres, que cercam a vítima e debilitam-lhe corpo e espírito, sangrando-na com as unhas e bebendo-lhe todo o sangue. A alma sem carne é conduzida por Hermes até as margens do Estige, onde o velho barqueiro Caronte a atravessa para a outra margem. Se, porém o preço da passagem não havia sido depositado na boca do morto, Caronte abandonava-o como alma penada. Os que não haviam recebido sepultura condigna eram também recusados, e deviam vagar durante cem anos a fim de serem admitidos no reino dos mortos.
A ALMA DOS MORTOS FICA entre as sombras, onde pode observar dois caminhos: para o Tártaro, suplício eterno dos maus, onde estão aprisionados os Titãs; e para os Campos Elísios, eterno prêmio dos sustos. Diante das almas apresentam-se os juízes: Minos, Éaco e Radamanto, e somente por último surge Hades, que carrega a cansada indiferença de quem já se acostumou a pronunciar a palavra final.
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