terça-feira, 7 de abril de 2009

Delírio


O RELÓGIO MARCA 6:59 da noite. Deito-me em minha cama e começo a refletir sobre o nada enquanto observo o teto esbranquiçado que traduz o que eu conquistei nos últimos tempos. Minha pele está quente, meus olhos estão pesados e minhas pernas fracas. Sinto frio, fome e você cada vez mais longe.

É IMPOSSÍVEL CONTROLAR o meu leito. Ele me leva para onde jamais estive, desprendendo-se de meu corpo enfermo e deixando-me no ar. Observo um sujeito franzino e de passos longos a bater na calçada com os seus sapatos pobres. Ele atrasou-se e corre para ganhar tempo. Sei que mais tarde ele reclamará de sua vida atarefada, mas desconhece o que pratica em suas horas vagas. Não sabia que a sua solidão o faria deitar-se em sua cama ainda quente pra refletir sobre coisa nenhuma.

AO ABRIR A JANELA observei algo flutuando no ar: era alguém apavorado, insatisfeito e descontente de estar imóvel. Torcia para cair ainda que a conseqüência fosse a sua morte. Ele não gosta de estar por cima e entende tudo sobre isso. Mais vale o mistério.

FOI AO PENSAR nisto que seu corpo se desprendeu do espaço e atingiu o chão, fazendo-o despertar às 7:23 da noite naquele corpo ainda em chamas.

6 comentários:

Jaquelyne Costa disse...

Gepp, você escreveu muito bem...mcreio ser muito triste...
Senti até um frio...

Espero que estejas bem, meu querido!

Beijos=*

Clarissa Santos disse...

Você conseguiu passar todo esse delírio pra mim! Que viagem! :)

Pra variar, muito bom! \o\

:*

Patt disse...

nossa, você escreve muito bem. dou valor ! *:

Jéssica M. disse...

Eu já acho que deveria legaliza-lo.

Anônimo disse...

Ainda estou viva. Ainda acompanho seu blog.
Não poderia deixar de fazê-lo!

Ellen Fernandes disse...

Nossa não conhecia esse seu lado... my friend q belo conto...