Mas eu ainda tento escrever / Os tremores não me impedirão / Quanto ao acaso, dele sou brinquedo
Eu senti, juro que senti / O abraço das Graças a me envolver / Ainda não é hora de chorar / Eu não quero te iludir / Devo confessar-lhe: o perigo me cerca / Meu escudo está rachado / Eu revelo agora meu frágil coração / Entrego ele em suas mãos
Abra, abra as portas de tua casa / Mostre-me quem você é / A sua coleção de cabeças na parede / Os teus animais empalhados / As suas lanças ainda ensangüentadas / Os teus cálices sagrados / As oferendas ao teu deus sombrio
Abraçe-me novamente / Enquanto a viagem ainda se inicia / O caminho aqui é perigoso / Mas aquele dragão já não vive mais / Tenho-o ainda na lembrança / E na ferida em meu peito / Ela não consegue cicatrizar / Ela não consegue mais nada
Veja o meu rosto e toque a minha face / Tente reconhecê-lo só por um instante / Tente, mesmo que seja tarde / A minha esperança é imortal / E minha paciência monstruosa / Nem o teu porteiro, o Gigante de Metal / Nem mesmo ele conseguirá me deter
Aquela luz por pouco não me cega / Ela surgiu de repente, como deve ser / Não julguei estar preparado / Mas me entreguei de braços abertos / Observe a minha armadura, guerreiro / Ela reflete o teu semblante: / É preciso pensar várias vezes / Antes de tentar me ferir
A sua capa não era vermelha / Mas agora ela reflete a sua glória / Ainda que seja inútil
(Giuseppe Menezes, setembro de 2005)
8 comentários:
Notável nota: Obrigado a todos os constantes comentaristas do Kozmic Soldier (Roseana, Ana, Jaquelyne, Pollyanna, Ellen, Bah, Clarissa...) e àqueles(as) que apenas visitam este humilde blog! Vocês são mesmo fiéis. E valeu pela cobrança, Polly, é que o Sr. Destino não me deixava postar novamente. ^^
Eu diria que sou fiel quando o autor faz por merecer... heheheh :D Mas agradeço também pelas suas visitas ao meu blog, que ultimamente anda meio negligenciado.
Quanto ao seu texto, achei-o realmente bastante profundo. E dou maior ênfase a esta parte:
"Abrace-me novamente / Enquanto a viagem ainda se inicia / O caminho aqui é perigoso / Mas aquele dragão já não vive mais / Tenho-o ainda na lembrança / E na ferida em meu peito / Ela não consegue cicatrizar / Ela não consegue mais nada"
Eu me identifiquei com ela.
Parabéns!
Esse texto me causa uma sensação tão..'medieval'.
E vi cavaleiros de armaduras de ferro, vi mulheres - belas mulheres de longos cabelos-, dragões (ou moinhos de vento, de Cervantes), vi muita escuridão e sentimento - mais sentimento que todos os outros citados.
Diria que achei bastante épico.
Muito bom, meu caro!
:D
beijos *:
Lindo,Gepp!!Tão lindo quanto a antese pela manhã!!
Beijos,meu Cavaleiro da Glóriamor!!
É ...como é inconstante o ser...obrigada por passar no meu tbm..peço desculpa pela ausencia, mais o mundo da voltas....
saiba que senti fala de seus texto..e pelo visto continua muito bem!!!!
Como sempre consegue prender nossas atenções...
Bjinhus
Cartão fidelidade KS (Kozmic Soldier).
Adorei o texto!
Dá até pra ouvir ao fundo uma trilha sonora by Blind Guardian!
Muito bom (como sempre)...
Amplexos! =D
P.S.: Compartilhe mais textos do seu arquivo pessoal conosco! =P
Bah: Seu blog não é negligenciado, Bah. Ele é demais. Ah, e obrigado pela fidelidade!
Clarissa: Que bom que lhe transportei para a idade média, era essa mesmo a intenção \o/
Jaquelyne: Seus elogios são muitos importantes (vindos de uma verdadeira poeta, hein...). Fico contente que você tenha gostado. ^^
Ellen: Não, não se desculpe pela ausência. Às vezes tb me ausento por questões maiores. O importante é o seu regresso!
Roseana: Cartão Fidelidade? É uma boa idéia. Quem sabe não confecciono um. Hehehe. Ah, meus textos antigos são muito pessoais. Mas verei se encontro mais algum interessante. Obrigado por sempre aparecer!
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