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sábado, 6 de setembro de 2008

Realidades paralelas

Bons filmes são aquele em que você olha constantemente a sua duração e torce para que não acabe logo. Havia certo tempo que não me ocorria isso, até assistir Efeito Borboleta (The Butterfly Effect, 2004). Sim, eu já sabia que era um excelente filme, mas não sei por que nunca havia assistido... O roteiro gira em torno daquela vontade que todos temos de voltar no tempo e consertar alguma coisa que deu errado, alterando a nossa atual realidade. Simplesmente fantástico.

Outro filme interessantíssimo que fala acerca de realidades paralelas é Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004), um verdadeiro clássico moderno aonde Jim Carrey vai a uma clínica a fim de apagar algumas lembranças que o atormentavam, mas acaba se arrependendo do que havia feito Abre los ojos (1997), produção européia que originou a cópia Vanilla Sky (2001), também gira em torno da “modelagem” de lembranças. Neste filme, contudo, a criação da realidade falha e o nosso anti-herói se vê em um pesadelo, aonde deveria existir apenas um sonho. Não devemos nos esquecer do elogiado Amnésia (Memento, 2000), cujo protagonista tem um problema em sua memória recente e tenta investigar o assassinato de sua mulher, reconstruindo passo a passo os fragmentos de suas desconcertantes lembranças.

Falando em volta no tempo e mudança de personalidade eu me lembrei da música “O Velho e o Moço”, de Los Hermanos, que tem uma letra impecável. Vou transcrevê-la aqui (clique no play para ouvir a música e acompanhar a letra):

Deixo tudo assim, não me importo em ver a idade em mim / Ouço o que convém / Eu gosto é do gasto / Sei do incômodo e ela tem razão quando vem dizer que eu preciso sim / De todo o cuidado // E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz / Quem então agora eu seria? // Ahh tanto faz! E o que não foi não é / Eu sei que ainda vou voltar... / Mas, eu quem será? // Deixo tudo assim, não me acanho em ver vaidade em mim / Eu digo o que condiz / Eu gosto é do estrago / Sei do escândalo e eles têm razão quando vem dizer que eu não sei medir nem tempo e nem medo // E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado? // Ahhh, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? / Dispenso a previsão / Ahhh, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição // Vou levando assim / Que o acaso é amigo do meu coração / Quando falo comigo, quando eu sei ouvir... (letra de Rodrigo Amarante)

sábado, 3 de maio de 2008

Nosso rock vai bem, obrigado

NESTAS ÚLTIMAS SEMANAS tenho me dedicado a conhecer um pouco mais sobre a excelente cena musical independente brasileira, de onde surgiram grupos como o Cachorro Grande, que considero a melhor banda nacional em atividade. Aproveitando a estréia do MySpace no brasil, eles colocaram cinco músicas de seu mais recente disco, Todos os Tempos, (o quarto em 9 anos de carreira) para serem ouvidas na íntegra em sua página [confira você também clicando AQUI].

PRÁ FALAR A VERDADE, comecei visitando a página da mais nova queridinha da internet, Mallu Magalhães, que faz um folk'n'roll (como ela mesmo define) cantado em inglês da mais alta qualidade no auge de seus meros 15 anos. Ela ainda não tem um álbum lançado, mas já estreou seu primeiro videoclipe, que eu certamente recomento (assista AQUI). Ela se considera fã de Bob Dylan, Johnny Cash e Vanguart, esta última presente na lista da Rolling Stone brasileira dos 25 melhores discos nacionais de 2007. Os caras do Vanguart têm letras e arranjos muito bem elaborados, levando também um som folck rock, mas com um pé no mundo indie. Tem tudo para se tornar uma das grandes bandas do país. Um outro exemplo de qualidade é o primeiro trabalho dos Los Porongas, igualmente presente na lista citada. Vinda dos confins do Acre, foi uma das que mais me agradaram e são considerados como uma "esperança do rock nacional". Também acredito nesta aposta.

INFLUENCIADOS POR BEATLES, The Strokes e Franz Ferdinand, o Cartolas vem da criativa cena rio grandense do sul e venceram em 2005 o festival Claro Que é Rock. Disponibilizam em sua página 6 faixas de seu primeiro disco. A banda Superguidis também vem do RS e é apontada como uma das melhores da cena independente. Fazem um som à lá Weezer ou Pavement e já conquistaram vários prêmios importantes. O Superguidis me fez lembrar o Sonic Youth, influência assumida de uma outra excelente banda chamada Ludovic, nascida na cena punk de São Paulo no início desta década. Também já levaram grandes prêmios e vêm ganhando uma legião de fãs.

APROVEITANDO O BONDE, aproveitei para conhecer as novas de duas bandas que não ouvia há algum tempo: Autoramas e Bidê ou Balde. A primeira já é consagrada no mercado independente, com mais de dez anos de carreira e 4 bons discos lançados. Os Autoramas jé tem turnê internacional e estão com um videoclipe novo da sua excelente música atual de trabalho [veja AQUI]. O rock'n'roll dos sulistas do Bidê ou Balde continua com a mesma alegria, e o mais recente disco está mesmo muito interessante. Eles participaram recentemente do projeto Acústico MTV Bandas Gaúchas juntamente com Cachorro Grande, Ultramen e Wander Wildner.

DISCORDO COMPLETAMENTE com aqueles que dizem que o rock nacional anda de mal a pior: é que as boas bandas não estão na grande mídia, e esse é justamente o gostinho especial que faz o paralelo mundo independente tão saboroso. Para conhecer ainda mais, confira o rock alcoólatra do Rock Rocket, o grunge de viola do Zefirina Bomba e o punk do Forgotten Boys.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O Queensrÿche e os seus covers

O QUEENSRYCHE É UMA banda de Heavy Metal Progressivo formada na movimentada Seattle de 1981. Surgiu juntamente com uma enorme quantidade de de grupos na nova onda metaleira do início da década de 80, sendo praticamente ignorada até o álbum Empire, aonde está presente a famosa "Silent Lucidity", que deu à banda o tão sonhado reconhecimento. No entanto, foi novamente abafada pela onda grunge que crescia consequentemente. Entre altos e baixos, continuam na ativa até hoje. No ano de 2007 lançaram dois álbuns: Sign of the Times: The Best of Queensrÿche (uma coletânea com os seus maiores sucessos), e Take Cover (um disco aonde interpretam clássicos de outros artistas), um bom disco que tratei de ouvir e comentar:


01. "WELCOME TO THE MACHINE" (Pink Floyd) - Ao contrário da original do Pink Floyd, o cover abre mão dos efeitos bastante presentes na música de 1975, colocando os teclados quase que inaudíveis, substituindo-o pela guitarra em um ótimo solo iniciado quase aos dois minutos. A primeira impressão marcante é a levada pesada da bateria, incluída pelo Queensrÿche (há ainda um sax bem encaixado em alguns momentos). O violão, muito explorado, na versão original, serve apenas como encerramento para o cover em poucos segundos antes do fim.
02. "HEAVEN ON THEIR MINDS" (Andrew Lloyd) - Esta música foi composta por Andrew Lloyd Webber para compor a trilha sonora do filme Jesus Cristo Superstar, de 1973. Lembra bastante o The Who. Neste cover, o Queensrÿche abre não dos instrumentos de sopro da versão de Webber e inclui uma base de guitarra nos pontos mais calmos da canção e um solo em substituição aos violinos
03. "ALMOST CUT MY HAIR" (CSN&Y) - Por ser uma grande canção de Crosby, Stills, Nash & Youg, talvez tenha sido uma das mais complicadas de interpretar. O cover não deixa a desejar, explorando bem os duelos de guitarra e aumentando a presença do baixo. Mas talvez faltasse um pouco mais de emoção nos vocais de Geoff Tate, excelentes na versão de 1970.
04. "FOR WHAT IT'S WORTH" (Bruce Springstein) - Por não conhecer a versão original de Bruce Springstein, não posso fazer uma análise do cover. É uma regular canção acústica, não fosse a entrada da guitarra no refrão.
05. "FOR THE LOVE OF MONEY" (The O'Jays) - Não dá pra entender a entrada desta faixa no repertório do cd. É um soul idiota de uma banda chamada The O'Jays que fala apenas de dinheiro e virou tema de abertura do programa The Apprentice (no Brasil, conhecido como O Aprendiz). Não há muita inovação realizada na canção, a não ser o tratamento de "peso", uma compilação básica para o metal.
06. "INNUENDO" (Queen) - Esta música também é um ponto fraco do álbum. Queen ainda consegue soar mais pesado e sombrio, e a voz de Geoff Tate não pode ser comparada à de Freddie Mercury cantadas sob a mesma base, uma vez que não há muitas inovações na versão cover (e este é justamente o problema: soa igual demais, com uma vocalização inferior).
07. "NEON KNIGHTSN" (Black Sabbath) - Praticamente idêntica à original do Black Sabbath na voz de Dio. Não é de todo mal, porque Black Sabbath não deixa nada a desejar (ao contrário de alguns covers do Queensrÿche)
08. "SYNCHRONICITY II" (The Police) - Da mesma forma das anteriores, a banda não inova quase em nada, deixando fazer uma versão para tocar mesmo um cover (eu sei, talver seja a idéia do disco). Destaque para as guitarras, que ficam mais distorcidas que a original de Andy Summers no The Police.
09. "RED RAIN" (Peter Gabriel) - Tudo bem, este é um dos maiores sucessos de Peter Gabriel, mas é uma música muito feia, para não dizer horrível. Faltou peso ao cover (olá, Queensrÿche, vocês são uma banda de metal ou não?), e um pouco mais de personalidade. A única inovação foi a introdução de um solo na metade da faixa, mas talvez o verdadeiro mérito se dê apenas à redução de um minuto no tempo da música, comparada à original de longos cinco minutos e meio. Se bem que poderiam deixá-la apenas com 120 segundos, uma vez que é repetitiva em demasia.
10. "ODISSEA" (Carlo Marrale & Cheope) - Esta décima faixa foge completamente do contexto das anteriores. Talvez por este fato, a versão para a música clássica de Carlo Marrale e Cheope tenha dado certo. A balada melódica cantada em italiano foi bem original, se tornando num dos pontos altos do cd.
11. "BULLET THE BLUE SKY" (U2) - Esta talvez seja uma das melhores músicas do U2, e o Queensrÿche não desperdiça esta característica, transformando-a talvez no melhor cover do disco. Aparece em versão ao vivo, como uma espécie de bonus de dez minutos e meio, terminando com a platéia em fade out. Demais.

Clique aqui para fazer o download do torrent desde álbum no ThePirateBay.org
Informações úteis - qualidade: 320kbps/tamanho: 120Mb

sábado, 26 de janeiro de 2008

A Árvore do Rock

O ROCK É SEM DÚVIDA o gênero musical mais metamórfico de todos, absorvendo estilos e atitudes por todos os lados. Se fôssemos construir uma árvore genealógica desde o seu surgimento, na metade dos anos 50, teríamos como peças radiculares o Country & Western (dos brancos) e o Rhythm & Blues (dos negros), que podem ser considerados os pais do Rock ‘n’ Roll cinquentista, aquele forjado por caras como Chuck Berry e Elvis Presley. A Transformação do R‘n’R em Rock aconteceu por volta de 1964, com a invasão das bandas britânicas em solo americano. Os principais ícones desta época foram os Beatles e os Rolling Stones. A revista Superinteressante publicou em novembro de 2002 um infográfico por onde este apresentado a seguir foi baseado. Ele transformava as linhas em trilhas de um “metrô do rock”, com direito a estações e paradas obrigatórias. O esquema a seguir é fruto de uma longa pesquisa de aprofundamento e inclui estilos, artistas e bandas surgidas nos últimos anos (clique na imagem).


OBSERVE QUE ENTRE 1954-55 e 1969 há uma linha por onde surgem todos os estilos posteriores, sendo o tronco principal de nossa árvore. Os anos 60 foi o período de maior produção e experimentação. A linha que parte a partir de Bob Dylan refere-se ao Folk-Rock, que tem como grandes percussores o próprio Dylan e os Byrds. Saindo dos Beatles (que foram um pouco de tudo), das experimentações dos Byrds e da influência do Pink Floyd surge o Rock Progressivo de Gênesis, Yes e companhia. O Rock Pesado pulou dos braços dos Stones, Yardbirds e The Who, gerando pupilos nomeados de Black Sabbath e Led Zeppelin. A partir daí surge o Heavy Metal, que segue um caminho paralelo e quase idêntico ao Hard Rock. Os Stooges e os New York Dolls seguem um destino próprio influenciado pelos Beatles e Velvet Underground, culminando no Punk da década de 70. O próprio Punk se divide em uma linha que flerta com o Heavy Metal, fazendo nascer o Hardcore e o Grunge; e em outra que tende ao pop mais experimental, forjando a New Age de B-52’s e U2, por exemplo. A essas alturas, o progressivo já aspira este espírito festivo incrementando batidas eletrônicas. Na década de 90, a New Age já virou Pop-Rock Alternativo (Indie Rock, Britpop, etc.); e mais tarde o Metal (que já criara o Death, Black, Progressivo, Thrash, Doom, Melódico, Goth e mais uma dezena de estilos) ficaria jovem e o Pós-Punk comercial usaria franjas Emo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Hello, CSS!!

VOCÊ JÁ TINHA OUVIDO em falar no Cansei de Ser Sexy? Eu não. Formada em São Paulo no ano de 2003 misturando Pop-Rock à musica eletrônica, a banda tem conseguido produzir excelentes batidas Indie Rock e chamar a atenção de todo o mundo. Sua página no MySpace.com já recebeu quase 2 milhões e meio de visitas e são recém-contratados da Sub Pop (gravadora muito conhecida entre os grungers de plantão). Entre as várias apresentações de sua primeita turnê mundial, o CSS conseguiu conquistar os ouvidos de Bobby Gillespie, líder do Primal Scream, que convocou a carismática vocalista Lovefoxxx para dueto em seu mais novo disco.

EM 2004 FORAM ATRAÇÃO no Tim Festival, tocan do no mesmo palco do Kraftwerk; e já no ano seguinte assinaram com a gravadora Trama, lançando em 2006 o disco homônimo Cansei de Ser Sexy (uma das músicas foi incluída no reality show Simple Life e outra virou trilha sonora do jogo The Sims 2: Vida Noturna). O rompimento com a Trama aconteceu devido ao contrato com a Sub Pop, passo fundamental para o lançamento do álbum em solo norte-americano, europeu e japonês; e para a viabilidade da turnê internacional de sucesso de crítica e público.
O DISCO TRAZ 11 MÚSICAS dançantes levadas por um contrabaixo bastante oitentista e uma guitarra no melhor estilo pós-punk/new-wave. As batitas eletrônicas não se deixam sobrepor aos intrumentos, e o vocal bastante pop de Lovefoxxx é delicioso. Um álbum imperdível para quem não quer deixar de ouvir aquilo que os gringos já estão aprendendo a apreciar.

No Youtube:
Assista aqui ao melhor videoclipe do CCS, "Let's Make Love and Listen to Death From Above":
Mais no Youtube:
- Video do hit "Music is My Hot Hot Sex", visto 5,3 milhões de vezes:
http://www.youtube.com/watch?v=-N3OrZzPud8
- Comercial do iPod Touch, com a música do CSS:
http://www.youtube.com/watch?v=KKQUZPqDZb0